sábado, dezembro 21, 2013

Eu Li: A Lista Negra (Jennifer Brown)


"E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama?
O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa de lista que ajudou a criar. A lista de pessoas e das coisas que ela e Nick odiavam. A lista que ele usou para escolher seus alvos.
Agora, depois de passar o verão reclusa, se recuperando do ferimento e do trauma. Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas.
A Lista Negra, de Jennifer Brown, é um romance instigante; leitura obrigatória, profunda e comovente."



Você seria capaz de perdoar ou, pelo menos, conviver pacificamente com uma garota da sua turma envolvida num tiroteio na sua escola que matou e feriu colegas seus? Amigos seus? Ou até mesmo feriu você? Pois é na visão dessa garota que a trama de A Lista Negra é contada. O livro aborda um tema complexo e, digamos assim, sensível. Falar de bullying não é algo simples e ainda envolvendo tiroteio, mortes e todo o ódio que tem na história é menos ainda. Mas a autora não faz ficar algo cansativo e desgastante. Na história ninguém é vítima ou vilão, todos são um pouco dos dois. Inclusive a protagonista, sua família, seus amigos, seus colegas de classe, todos os personagens mesmo.


Esse livro não é pra ser lido quando você ta desanimado, depressivo ou irritado. Eu li num dia de sol, quente de céu aberto e achei muito irônico levantar a cabeça e olhar pra janela vendo aquilo quando o livro tem uma pegada tão sombria e cheia de ódio. Mas é um livro excelente, a história é contada com matérias de jornais que não contam  o que aconteceu e como as vítimas eram de forma sincera, flashbacks de dias antes ao tiroteio, relatos do dia em que tudo aconteceu e o presente com a Val tentando superar ao mesmo tempo em que não entende certas coisas. E eu achei isso muito legal, vai fazendo com que peças de todo esse quebra cabeça vão se encaixando e você vai ficando preso ao livro pensando o que vai acontecer e vai se surpreendendo em como certas pessoas tinham uma mágoa e raiva guardada dentro de si e que de repente estoura em cima da Valerie.


Como eu disse, o livro é cheio de ódio e mágoas guardadas, mas é incrível como não faz com que a gente sinta ódio desses personagens, pelo menos comigo foi assim. Pois são sentimentos negativos com fundamento, não to dizendo que eu concordo com a atitude deles, porque eu não concordo com o que o Nick fez e nem com muita coisa que a Val faz ou diz. Uma coisa que me fez parar e refletir foi a Lista Negra que a Val inicia colocando ali coisas que ela odeia das mais simples, como os pais brigando, até pessoas, como a colega de classe que apelida ela de Irmã da Morte. E eu fiquei pensando nisso pois é uma forma de escape e desabafo tão boba e acaba desencadeando algo enorme que muda a vida de muita gente na cidade que é meio impossível, pelo menos pra mim, não comparar com nossas ações do cotidiano movidas pela raiva, ódio ou por, somente, estar tendo um dia ruim e como elas explodem em coisas que a gente não queria. É o que a própria Valerie sente, por mais que ela odiasse certos colegas ela não queria que eles morressem e depois ela percebe que as pessoas não são tão pretas e brancas assim. O final do livro é ótimo, lágrimas escorreram dos meus olhos (cadê a surpresa ai, Déh?) e o livro entrou pra minha lista de favoritos.


Sobre a parte externa do livro: achei a capa ótima, com um relevo ásperozinho (sei explicar muito bem, admitam) em alguns detalhes como o título, as páginas são amareladas e feitas de um papel mais grosso, bem gostoso de ler, mas que me fazia achar que eu tava pulando páginas, isso aconteceu durante toda a leitura, mas nada que incomode tanto assim, só falta de hábito mesmo. Aspectos como margem, fonte e espaçamento também são ótimos e eu não me lembro de ter visto erros de digitação ou tradução. Os capítulos do livro não possuem um tamanho padrão, enquanto uns tem 3 páginas outros são de 15. Mas a leitura é tão envolvente que aquilo de só mais um capítulo que viram dez é frequente, especialmente quando o "só mais um capítulo" é um dos curtinhos.

Espero que tenham gostado da resenha, em breve eu volto com mais resenhas de livros ótimos.

x.o.x.o

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